Poço do sentimento


Joguei o balde amarrado a corda no poço do sentimento
La no fundo, distante, só ouvi bater no chão,algo duro, seco,fez barulho
Fiquei ali, com a cara no poço,escuro,balançando aquela corda sozinho


Tentando ouvir o som de água,de claridade,
-Mata minha sede.
Mas era como só batesse em concreto,cimento,chão duro.
secou a nascente,cadê o sentimento do mundo?

Fui puxando devagar,triste,angustiado,sem sentimento?
Quando foi chegando perto, o balde ficou mais pesado,que isso?
Puxei com mais força,ficou muito mais pesado,desajeitado,foi me puxando
Fui caindo pra dentro
-Que isso?Eu vou cair,sem querer caí.

Que queda sem fim, poço escuro,de cabeça pra baixo,frio e medo
pensei em morrer quando no fundo batesse, e senti minha cabeça tocar,
pra minha surpresa,não morri,pois o chão quebrou
não me machuquei,estranhamente era água, o chão quebrei.
-Mas como pode?
Estava frio, era gelado,meu Deus,o chão não era cimento,nem pedra
Era Gelo, um grossa camada de gelo.
Chão de gelo no poço escuro do sentimento
Achei a água,dela bebi,por ali mesmo me lavei
o poço encheu
eu fui subindo
Cresci
Nasci
emergi
sai
Acho que vai transbordar.

Comentários

  1. Nossa, Hugo... Você é complexamente um poeta de dentro... De dentro da alma, do espírito, do sentir, do ser. Sempre e sempre arrepiando-me com suas verdades.

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